JORNALISMO LITERÁRIO A PARTIR DA ESTRELA DE SETE PONTAS

UMA ANÁLISE DO DOCUMENTÁRIO “BOATE KISS – A TRAGÉDIA DE SANTA MARIA”

Resumo

O presente artigo é mais uma contribuição para os estudos referentes à apropriação de características do jornalismo literário e a estrela de sete pontas, esquematizada por Felipe Pena, em produções audiovisuais. O objeto de estudo foi o documentário “Boate Kiss - A tragédia de Santa Maria”, com o objetivo de averiguar se tais particularidades estariam presentes nele sem perder a essência jornalística. A curiosidade pelo tema surgiu pelo fato do jornalismo literário ainda estar muito atrelado ao impresso, circunstância que despertou interesse em identificá-lo nos documentários audiovisuais. Os métodos de pesquisa utilizados foram de natureza básica, abordagem qualitativa, pesquisa exploratória e procedimentos técnicos de estudo de caso e bibliográfico, tendo como principais autores Felipe Pena (2006), Edvaldo Pereira Lima (2014) e Tom Wolfe (1975). No documentário, observou-se muitas características do jornalismo literário, dentre elas: humanização; apuração rigorosa; reportagem profunda; ultrapassar os limites dos acontecimentos. Também estavam presentes as sete pontas da estrela, como a desconstrução do lead, perenidade, diversidade de fontes e jornalismo como prestador de serviço. Ao mesmo tempo, a reportagem mantém a essência de uma produção jornalística, por respeitar premissas básicas exigidas pelo gênero, como a abordagem ética e a capacidade de se expressar claramente. Apesar de que o envolvimento do repórter e diretor Marcelo Canellas com o tema tenha ficado explícito, ele mostra todos os lados do fato. A busca pela verdade e a justiça estiveram presentes em vários momentos do documentário, assegurando o papel do jornalismo ao cumprir um dever com a cidadania.