ENCONTRO COM FÁTIMA BERNARDES: UMA ANÁLISE SOBRE A PERSPECTIVA CULTURAL DA MULHER NO PROGRAMA

Resumo

A mídia, em geral, possui a grande responsabilidade em passar informação ao público. É a mídia que, entre outros instrumentos sociais, contribui para a construção dos padrões vigentes nas culturas humanas. O programa Encontro com Fátima Bernardes, exibido diariamente pela Rede Globo, maior emissora do Brasil, tem formato hibrido sendo considerado um programa de entretenimento ao mesmo tempo em que se utiliza de recursos jornalísticos. Dessa forma pode-se caracterizá-lo em uma modalidade chamada de infotenimento. O horário em que o programa é veiculado é, tradicionalmente, destinado ao público feminino. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi analisar a maneira que o programa Encontro com Fátima Bernardes faz referência à mulher, após tantas lutas pela igualdade de gênero. Este trabalho é um recorte feito a partir de estudos desenvolvidos para a produção do Trabalho de Conclusão do curso de Jornalismo. A análise deste artigo refere-se ao dia 8 de março de 2016, dia Internacional da Mulher. Nele é apresentado um casal que gerou polêmica na Internet ao divulgar que presenteou seu filho com uma cozinha de brinquedo. Objeto que ainda é apresentado como sendo destinado às meninas. Durante a discussão do tema a apresentadora coloca no palco brinquedos considerados para meninas e outros para meninos chamando crianças para brincar. O interessante foi perceber meninas brincando com os brinquedos considerados para meninos e vice-versa. Ao final da pesquisa percebeu-se que há a tentativa de trazer abordagens que tentam, de alguma forma procuram desconstruir os padrões estabelecidos. No entanto o que pode-se observar é que os temas principais giram em torno daqueles assuntos ligados tradicionalmente ao universo feminino: maternidade e beleza o que reforça quais os interesses da mulher contemporânea. A pesquisa aqui apresentada é qualitativa caracterizando-se como um estudo de caso. Os principais autores para sustentarem a análise foram Saffioti (1987) e Michel (1989).